Conhecida como “selva de pedra”, São Paulo é uma cidade repleta de edifícios dos mais variados tipos, tamanhos e estilos. Ainda que a diversificação arquitetônica chame atenção, um ponto em comum entre essas construções são os recursos utilizados e a preocupação ambiental em torno da forma como esses prédios estão sendo construídos.
De acordo com o Ministério das Cidades, os resíduos de construção e demolição representam de 51% a 70% dos resíduos sólidos urbanos no Brasil. Os dados se tornam ainda mais preocupantes a nível global. De acordo com a Aliança Global para Edifícios e Construção, órgão que faz parte do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), a indústria da construção civil é responsável por 40% das emissões de dióxido de carbono e 36% do consumo global de energia.
Este cenário evidencia a importância da pauta ambiental diante das catástrofes causadas pelas mudanças climáticas ao redor do mundo. Dessa forma, na busca por um futuro mais sustentável, empresas e incorporadoras encontraram na madeira uma alternativa para as futuras construções.
A madeira na construção civil
Projetos em madeira trazem inúmeros benefícios, tanto para os processos de construção como para as questões ambientais. A principal vantagem da madeira é a sua capacidade de absorver gás carbônico, que traz prejuízos ao meio ambiente e colabora com o efeito estufa. Outro aspecto é a madeira ser um recurso renovável, ou seja, as árvores podem ser replantadas em locais certificados e seguindo as leis ambientais.
Ainda que pareça uma novidade, o uso da madeira engenheirada, própria para a construção civil, está presente em vários países ao redor do mundo. Nos Estados Unidos, há cerca de 1.500 prédios já finalizados e em desenvolvimento. Em países da Europa, aproximadamente 25% das edificações são construídas em madeira. Segundo a consultoria Market Research Future (MRMF), o mercado movimenta cerca de US$ 1,7 bilhão no mundo, e até 2027, esse valor deve chegar a US$ 3,6 bilhões.
Além disso, as construções em madeira oferecem um tipo de processo mais rápido e silencioso. As peças de montagem chegam prontas e são apenas encaixadas umas nas outras. Em um curto espaço de tempo, é possível erguer um edifício e produzir menos sólidos urbanos, provenientes das construções em concreto.
Outra dúvida frequente é a resistência da madeira. Atualmente, a tecnologia proporciona diversos procedimentos químicos que impedem qualquer tipo de praga como cupins, por exemplo. Em relação a incêndios, a madeira se torna um material mais seguro do que o concreto, principalmente devido às fibras que permitem identificar o direcionamento do fogo em caso de incêndio, facilitando o trabalho dos bombeiros.
Já existem inúmeros exemplos ao redor do mundo mostrando a madeira como um material estrutural. O Ascent é um edifício que se destaca principalmente pela sua proporção. Com 25 andares e 86 metros de altura, o prédio localizado em Wisconsin nos Estados Unidos, tem projeto assinado pelo estúdio Korb + Associates Architects e possui salas comerciais e apartamentos de alto padrão.
No Brasil, os prédios em madeira também já são uma realidade. A marca Dengo, conhecida por vender linhas de chocolates, construiu o primeiro prédio multipisos em madeira do país. Com 4 andares, o projeto foi assinado por Matheus Farah e Manoel Maia, que priorizaram a sustentabilidade e a essência da marca.
Um projeto inovador
“O projeto do Arvoredo une a melhor parte de um apartamento com a melhor parte de uma casa em um único produto”, conta Cintia Valente, diretora de marketing da incorporadora Noah. O condomínio residencial localizado no Alto de Pinheiros possui 6 unidades e foi elaborado visando trazer a natureza para dentro de casa. Para Cintia, a vista, a conexão da madeira com o exterior e o design do produto são os principais diferenciais do projeto.
Com previsão de entrega para o próximo semestre, o Arvoredo é um empreendimento que traduz o objetivo da incorporadora em agregar sustentabilidade e industrialização para a construção civil no Brasil. Para Cintia, “[a construção civil] tem um impacto muito grande na nossa produção, na indústria e em toda economia do Brasil. E a Noah traz para o país, que ainda não tem essa cultura, o Arvoredo, que além de ter todas as características, ainda é lindo, traz bem-estar para as pessoas e tem uma performance acústica e térmica acima do que a gente está acostumado”.
Pensando no futuro da construção civil, Cintia observa o Arvoredo como um precursor para novos projetos em madeira no Brasil. “A gente acha que existe um caminho ainda longo pela frente. Mas o Arvoredo nos mostra que é possível. É um projeto super bonito, charmoso, que encanta todo mundo que conhece”.